Meryl Streep: Ela é o diabo!


Que Meryl Streep é uma das maiores estrelas do cinema todo mundo já sabe. Que é a mais premiada também. Assim como o fato de que sua trajetória constitui uma seleção fantástica de perfeitas atuações e verdadeiras obras-primas do cinema norte-americano. A verdade, é que falar sobre uma atriz consagrada pela crítica e tão querida pelo público sem ser repetitivo é uma tarefa quase impossível. Mas vou tentar.
Nascida em 22 de julho de 1949 em Nova Jersey nos Estados Unidos, Meryl estudou música e arte dramática na Universidade de Yale. Seu primeiro projeto no cinema foi em 1977 com "Júlia", ao lado de nomes já conhecidos como Jane Fonda e Vanessa Regrave. A partir de então, a atriz não parou mais. São mais de 50 títulos no currículo, alguns deles ou talvez a maioria deles, verdadeiros clássicos do cinema. De suas famosas 17 indicações ao Oscar, três produções lhe renderam o tão cobiçado troféu, sendo elas "Kramer vs. Kramer", "A escolha de Sofia" e o recente "A dama de ferro".
De seus vários trabalhos, separei alguns dos quais mais gosto, e trago abaixo um comentário sobre eles. 

Kramer Vs. Kramer - 1979


Mãe, solitária, sensível. Fria talvez. Humana. Suas atitudes podem ser contestadas.  Arrependimento ou o simples fato de descobrir que o sentimento de culpa pode ser tão sufocante quanto aquilo que sentira antes? Talvez sim. Talvez os dois. Afinal, ela é a mãe, mas também tem o direito de errar. De errar e tentar fazer a coisa certa. Seja por culpa ou por arrependimento.
Joanna Kramer (Meryl Streep) é uma jovem que vive com seu marido e seu filho em um apartamento de Nova Iorque. Ted Kramer (Dustin Hoffman), o esposo,  passa a maior parte do tempo em seu trabalho, alheio aos assuntos da casa. Certo dia, após outra discussão, Joanna simplesmente abandona o marido e o filho. O pai, se vê em uma situação que jamais haveria imaginado. Sozinho, ele agora terá que recuperar a afeição de seu filho e lidar com as crises do seu trabalho, até o dia em que, quando tudo parece ir bem, Joanna retorna e decide exigir a guarda da criança.
O filme recebeu nove indicações aos Prêmios da Academia, das quais ganhou cinco, dentre elas melhor filme, melhor ator e melhor atriz coadjuvante, sendo este o primeiro Oscar de Meryl. Recebeu também quatro Globos de Ouro e indicações ao Bafta e ao César.

Silkwood, o retrato de uma coragem - 1983


Mãe. Amorosa e descuidada. Inconsequente, intensa. Corajosa. Vítima. Humana. Sua coragem é uma reação à ação. Ação do mundo que insiste em não ser aquilo que planejara. Ação que parte da insatisfação de não viver com os filhos, de não ter a casa ou o carro dos sonhos. Da insatisfação do vazio, de não ter uma razão para viver. De não ter um rumo por onde seguir. Ação capaz de mudar a vida dela e a de milhares.
Karen Silkwood (Meryl Streep), uma jovem texana rebelde e inconsequente, se torna de um momento para o outro uma ativista dos direitos dos operários de uma indústria nuclear durante os anos 70. Mãe de dois filhos que moram com o pai, Karen vive com seu namorado Drew Stephens (Kurt Russel) e sua amiga lésbica Dolly Pelliker (Cher) em Oklahoma, nos Estados Unidos. Enquanto funcionária da Kerr-McGee, Karen começa a perceber irregularidades e falhas de segurança que passam a afetar a saúde dos trabalhadores da empresa. Quando sua saúde também passa a estar em risco, Silkwood começa a investigar a empresa, seus diretores, e qual o risco real ao qual os operários estão expostos ao trabalharem diariamente na usina. Já como representante do sindicato dos trabalhadores de energia atômica,  sua luta ganha repercussão nacional.
Baseado em fatos reais e dirigido pelo premiado Mike Nichols, recebeu indicações ao Oscar em melhor direção, melhor atriz, melhor atriz coadjuvante, melhor edição e melhor roteiro.

As pontes de Madison - 1995


Mãe, sensível, dedicada. Sensata. Apaixonada. Consciente. Conformada talvez. Realista. Humana. Todos sabemos que não existe amor perfeito. Que não existem pessoas perfeitas. Somente o amor não realizado é perfeito. O amor idealizado. Esse sim dura para sempre. A paixão subitamente realizada sim é capaz de ser lembrada para sempre. Para sempre e com a mesma intensidade da primeira vez. Sentir o amor idealizado até o último dia de sua vida ou vivê-lo por apenas alguns meses ou anos? O que ela escolheu? Ela escolheu senti-lo até o final.
Francesca Johnson (Meryl Streep) vive em uma fazenda em Iowa com seus dois filhos e seu marido. Dona-de-casa exemplar e mãe amorosa, ao conhecer o fotógrafo e viajante Robert Kincaid (Clint Eastwood) Francesca se apaixona inesperadamente. Em apenas alguns dias, o casal vê essa paixão nascer, se realizar, e  exigir dos dois, naquele instante, uma decisão que mudaria o futuro de suas vidas. Ou o mais importante, a decisão que mudaria o sentimento tão intenso que ambos conheceram há apenas quatro dias. Abandonar tudo no que sempre acreditaram ou simplesmente voltar à rotina? Fosse qual fosse a decisão, suas vidas já haviam mudado.
Com indicações ao César, ao Globo de Ouro e ao Oscar, As Pontes de Madison, baseado no romance de  Robert James Waller, é um dos filmes românticos mais lembrados da história do cinema.

Simplesmente Complicado - 2009


Mãe. Sensível, apaixonante, divertida. Confusa talvez. Verdadeira. Humana. Relacionamentos podem ser extremamente intensos e dolorosos, ou simplesmente relacionamentos. Tudo depende do ponto de vista e da postura adotada. Ainda que, somente pelo fato de serem relacionamentos, são complicados. Mas podem também ser deliciosamente divertidos. A relação, antes complicada e padronizada, se torna agora um caso divertido e impensado, mas ainda doloroso. E a escolha... Para que escolhas? A vida se encarrega de simplificar o complicado e complicar o simples. A felicidade não precisa estar necessariamente na razão. Nem mesmo na emoção. Mas simplesmente na felicidade.
Jane Adler (Meryl Streep) leva uma vida feliz a lado de seus três filhos e no comando de sua padaria. Divorciada, sua vida sentimental vai muito bem, até o dia em que acaba se envolvendo novamente com seu ex-marido, Jake (Alec Baldwin), agora casado com sua ex-amante. O que ambos juraram que aconteceria somente uma vez, logo se transforma em um caso, deixando Jane absolutamente confusa sobre aquilo que realmente sente. Tudo se complica ainda mais, quando o arquiteto Adam Schaffer (Steve Martin) também se apaixona por Jane.
Sob a direção da excelente Nancy Meyers, também diretora de Do que as mulheres gostam, Alguém tem que ceder e O amor não tira férias, o longa teve indicações ao Globo de Ouro e ao Bafta.

Postado por Lucero Brasil
Discussão 0 Comentários

Comente

Tecnologia do Blogger.